sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Na minha estante

Queria que meus amigos fossem parte de uma rara coleção de miniaturas em minha estante. Nela eu colocaria os mais importantes e amados, estariam sempre ali, por perto, ao meu alcance. Eu poderia cuidar, fazer companhia e ajudar quando lhes faltasse força. Eu estaria sempre por perto, zelando por minha coleção de bens preciosos.

E eles estariam ali, prontos para um abraço, uma conversa a toa ou um conselho na hora certa. Eles seriam sempre presença, nunca saudade. Minha estante seria grande o bastante para caber os amigos de todas as cidades, idades, particularidades e porque não maldades?

Caberia todos os que estão no meu coração. E eu poderia sair e, quando voltasse, eles ainda estariam todos lá, onde deixei. Apesar de saber que é inevitável, ainda me dói ver eles saindo da estante sem que eu esteja indo junto.

Camila Bitencourt
Núcleo Integrado de Comunicação
Universidade de Cruz Alta
Ramal - 2546

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

  Esporte para todo{a[ø(@)]}s

  O futebol, esporte mais popular do mundo, é taxado por muitos como uma prática agressiva, violenta e para os fortes. “Não quer contato vai jogar tênis” é um dos principais argumentos de quem simpatiza com o estilo brucutu. Outros vão além e usam-no como prova de sexualidade: “Se não gosta de futebol, não é homem de verdade”. Testosterona a parte, são insultos que sempre fizeram parte das torcidas, das trocas de acusações e das provocações entre rivais. Talvez a Marta, maior futebolista brasileira de todos os tempos, tenha sido responsável por quebrar um tabu nacional para que as mulheres tenham a oportunidade de atuar como atletas em competições oficiais, por mais que o amadorismo ainda seja predominante na América. Além deste, outra marca precisa ser superada: que não há espaço para homossexuais no esporte. E alguns indicativos mostram que a revolução da diversidade nas arquibancadas parece ter, enfim, começado.

  Recentemente, torcidas LGBTs foram criadas nas redes sociais. Começou com a Galo Queer, do Atlético Mineiro. Queer é um adjetivo em inglês usando pejorativamente para se referir aos gays. Uma pitada de ironia caiu bem na ocasião, bem como nas postagens que defendem a inclusão de homossexuais no esporte e, ao mesmo tempo, trazem notícias da equipe para os seguidores. Eu gosto do sarcasmo como combate às resistências. A moda pegou e hoje tempos a Bambi Tricolor (São Paulo), Palmeiras Livre, Cruzeiro Maria e por aí vai. Fora do Brasil, o clube alemão St. Pauli, que já mencionei aqui no Planeta Bola, é famoso por ter um espaço nas arquibancadas destinado para públicos alternativos – onde roqueiros, gays, lésbicas e outras minorias se reúnem. Há quem aposte que a multinacional Nike está procurando um atleta que se declare homossexual para patrocinar. A aposta é grande na quebra das barreiras que separam a liberdade pessoal e os preconceitos sociais.

   Um case é o velocista Oscar Pistorius, que possui as duas pernas amputadas e, com ajuda de próteses adaptadas para o atletismo, disputa competições olímpicas sem nenhum problema. Uma pena que o sul-africano teve sua história mancada pela suposta participação no assassinato de sua namorada... mas fica o lado bom do exemplo: a superação no esporte. Vitórias como estas me fazem acreditar na salvação da humanidade.



Lucas Padilha - Jornalista 
@umtaldeLucas